3 de out. de 2013

Anjo

Nos momentos mais difíceis, tem sempre alguém do seu lado. Pode até ser nos melhores momentos. Porque a gente não escolhe com quem caminha. Não escolhemos com quem queremos ter uma amizade por anos e mais anos. Só escolhemos entre o certo e o errado no último momento. Entre altos e baixos. E entre idas e vindas. Não escolhemos o nosso futuro. Ou escolhemos? Mas entre várias ocasiões das nossas próprias vidas, nem somos nós que escolhemos na verdade.

Já estava cansada de tanta gritaria, tanto escândalo,
tantas brigas, tantos erros, tantas mentiras, tantos nãos,
tantas falhas, tantos arrependimentos, tanta euforia, 
tanto desastre, e pouca ação. Tão pouco sentimento,
e tão pouco coração. Tanta farsa, e tanta ironia.
Tão você, fazer isso comigo com tão poucas palavras.

Mesmo que não queiramos, temos sempre um anjo nos guardando, em forma de amigo, irmão ou parente. Alguém pra dizer não e sim nas horas certas e nas erradas. Pra dizer o que você tem que fazer ou não. Só pra te irritar. Mas para também aprendermos como funciona a amizade. Para podermos enxergar tudo o que há de mal nos outros, ou em nós mesmos. Aprender a ver o mundo transparente. Ver o mundo como ele é. E esse modo só existe com você.

30 de set. de 2013

Fantasia

Sabe quando você sente que a cada palavra que te dizem parece fazer parte de você, de quem você é? Que a cada letra que se juntava uma a outra formaria uma palavra que te definiria. Sentisse que a cada instante, a cada segundo que você refletia sobre aquele conjunto de palavras, se sentia cada vez mais confortável. É algo surreal como as palavras podem ser fortes, e como os sentimentos podem ser poderosos. Cada minuto, cada segundo é mais um tempo para se perder em devaneios ao ler e reler cada uma dessas palavras, e viajar no imenso mundo em que elas existem.

Seus lábios, seus olhos, seu nariz, sua bochecha,
seu tocar, seu olhar, sua respiração, suas fantasias,
minhas fantasias, nossos corações. Tudo fazia parte
de uma só orquestra. Uma sintonia. Um ser. Uma declaração.
Você parecia como um anjo enviado para me dizer
coisas que eu nunca imaginei que seriam possíveis
ser ditas à alguém. E esse alguém era justamente eu.
Sem pestanejar você jorrou todas elas em cima de mim,
me fazendo sentir a cada momento especial,
mesmo que de uma forma diferente que você queria
que eu sentisse. Mas de qualquer modo senti, amor.
Eu senti as suas palavras. E elas me tocaram o coração.
Não só o coração, mas a alma.

Não é fácil querer ter algo, e não poder ter. Com as palavras, você deseja, mas não se tem. Se deseja tanto, que parece até realidade. Mas nada do que uma boa fantasia, um bom sonho, ou até, um bom pensamento para acalmar esses pensamentos. Pode ser bom ou ruim. De um certo ângulo, gosto de pensar nas coisas boas. Mas do que adianta? Eu só escrevo sonhos. Não a realidade.

28 de set. de 2013

Transe

Nada poderia explicar o que eu sentira naquele momento. Era como se meu chão fosse arrancado. Eu estava em estado de transe total. Parecia tudo tão familiar, tão certo, tão respectivamente nos seus devidos lugares. Me pareceu confortável. Parecia programado. Era como se eu olhasse para dentro de mim. Para o meu interior e visse como era tudo tão acentuado. Era algo surreal. Inexplicável.

Mesmo com toda aquela bagunça acontecendo,
você chegou perto de mim e perguntou se estava
tudo bem. Como não estaria com você ali do meu lado?
Como nada se encaixaria se você não estivesse ali?
Era uma questão de lógica apenas. Você. Ali. Comigo.
Não tinha nem o que pensar. Era somente aquele
momento que eu posso chamar de NOSSO. Era o 
nosso momento. Ninguém poderia tirar de nós.
Um sorriso era apenas o que eu precisava de você,
e suas doces palavras: "Que bom".

Um momento que não define o que sentimos. Sabe aquela hora que as borboletas, os pássaros e todos os bichinhos que voam começam a se agitar na sua barriga? Era aquilo o que eu sentia. E era bom. Era por você. Por isso me sentia tão bem, tão confortável. É por que era um momento em que te envolvia. Um momento no qual você não participava. Mas estava presente. Não tente entender. Apenas sinta.

13 de set. de 2013

Nostalgia

Aquele sentimento quando você ouve uma música calma. Ou quando você deita na cama, e antes de dormir organiza seus pensamentos. A vontade de estar perto de alguém mas não poder. O desejo de ter algo mas ser impossível. Todas as pequenas coisas que causam um frio na barriga e arrepio na espinha.

O frio não passava de jeito nenhum.
Nem mesmo enrolada naquele cobertor grosso e
cheio de retalhos. Meus lábios estavam congelados, e os
seus pareciam tão quentes e chamativos. Eu gostaria mesmo
de prová-los, de descobrir o gosto, a textura, a temperatura.
As minhas mãos tremiam freneticamente e o meu corpo todo
se enrijecia de acordo com que o tempo mudava.
Eu me sentia cada vez mais longe de você. Eu queria
ser sua para poder te tocar, te beijar e te ter só pra mim.
Mas a única coisa que eu poderia fazer era sorrir.
E não era um sorriso verdadeiro, nem um falso. Mas era 
aquele sorriso de tristeza, mas com uma ponta de felicidade.
Feliz por ter você tão perto de mim, mas não tão perto a ponto
de te tocar como te tocava antes. E você sempre com seus movimentos
rápidos e imprevisíveis, se levantou e veio rapidamente parar
do meu lado. Me deu um beijo na testa, outro no olho, outro no nariz,
e por fim, um nos lábios. Aqueles lábios, que eu tanto desejei,
que eu tanto quis. Eram os meus lábios há tanto tempo atrás.
Eram meus...

Os calafrios aparecem sempre quando você fica ansioso, ou quando fica esperançoso, ou quando tem algo errado e você sente. É sempre nostálgico sentir essas pequenas coisas. É sempre bom ter algo pra se ocupar. Mesmo que não ocupe o pensamento, mas ocupe o corpo, os sentidos. Que ocupe cada pequena parte do seu corpo. Que possua. Que sinta. Toque. Revire. E bagunce.

12 de set. de 2013

Passado

O passado é só uma falha no sistema. É algo no qual as vezes não queremos lembrar. É um sentimento no qual os nossos subconscientes apagam temporariamente. Uma súbita lembrança de algo bom e acolhedor. Ou simplesmente de algo ruim e desesperador. E se não fossem lembranças reais? E se fossem modificadas? Nada é o que parece ser quando se trata da nossa mente.
A sala se parecia mais como um salão todo branco,
e bem no canto, no meio de todo esse branco havia um livro.
Mas não era um livro qualquer. Era um livro de recordações
com imagens de acontecimentos da minha vida que eu já
havia esquecido faz tempos. Haviam tantos momentos,
tantas lembranças boas, e também tantas ruins.
O branco começava a ficar negro, e as lembranças 
começavam a fluir para fora do livro. E de repente,
vários livros foram abertos, e várias lembranças foram
jorradas para fora deles. Do meu rosto, lágrimas corriam
desesperadamente, procurando um luga no qual se abrigar,
procurando saber para onde correr, procurando saber
onde se esconder de tantas lembranças.

Em qualquer hora do nosso dia, as lembranças vêm. Os momentos são variados. Mudam de humor, mudam de lugar, mudam de estação, mudam de hora, mudam de pessoas. As lembranças, os momentos, eles simplesmente mudam. Tudo muda. Tudo passa. Mas um dia, volta.

3 de set. de 2013

Silêncio

Não há palavras no momento para descrever sobre o ocorrido. Não se tem nada à dizer quando você fica sem reação. Eu queria mesmo era ter algo à dizer. Eu queria mesmo, era ter algo pra debater. Queria ter o que falar. Mas o silêncio tomou conta mais rápido. Era como um vendaval, vindo sorrateiramente pra cima de nós.

Você se aproximou tão rápido, que por um momento
nossos rostos ficaram muito perto um do outro, e o
nervosismo subia por todo o meu corpo. Seus olhos se
fixaram aos meus, e eu o fitei profundamente, tentando
ler o que estava escrito neles. Tentei decifrar não apenas
o seu olhar, mas também o seu ser. E suas mãos foram
automaticamente para trás de minha cabeça, me acariciando,
e me deixando cada vez mais insana. 

Eu apenas queria que fosse diferente. Queria que fossemos só nós dois. Mais ninguém. Somente nossos corpos, nossos olhos, nós. Queria te ter só pra mim naquele momento. Tudo o que tinha sido dito já havia se dissipado. Nada mais restava. Somente o silêncio. Mas era um silêncio recíproco. Era aquilo, e mais nada.

1 de set. de 2013

Destino

Eu pensava que nada disso fosse realmente verdade. Eu nunca acreditei muito em signos, mensagem do dia, cartomante, vidente nem nada. Mas eu acabei mudando de ideia. E o meu motivo foi bem óbvio: VOCÊ.


O livro parecia interminável, e suas páginas se encaixavam
perfeitamente uma nas outras. Ele apenas me observava
quieto em seu canto. Eu estava folheando outro de seus livros,
outra de suas maravilhas. Estava deixando de lado todo o
tempo que eu poderia ter usado para fazer algo de útil.
Eu gastei meu tempo com ele. Com aquele livro. Com aquele
ser. Com aquela pessoa. Com você. E aí então, você se levantou
e saiu do seu canto, e veio ao meu encontro, e me deu um beijo.

Nunca pensei muito em como seria se eu seguisse a cada passo do horóscopo. Ou se eu acreditasse em cada palavra que ele dissesse. Parece que você sempre tem um novo amor, sempre há brigas e intrigas na sua família. E sempre terá novas viagens e algo mais. E se você fosse pobre? E se você não tivesse amor nenhum no coração? São questões que acabam ficando fora de cogitação. Mas que de qualquer modo, mexe com qualquer um.

25 de ago. de 2013

Abandono

Queria que fosse real. Mas foi tudo uma farsa. Tudo uma mentira. Uma atrás da outra. Nada do que você tinha me dito era verdade. Eram apenas palavras vazias. Promessas de que um dia você voltaria pra mim, e que me daria tudo o que eu quisesse. Me disse que queria uma vida comigo. Eu te disse que não viveria sem você, pois era verdade. Você não acreditou. Jogou minhas palavras fora. E agora eu sei porque. Era ela.

Nada mais do que um sorriso falso que aparecia
em meu rosto toda vez que você chegava perto, ou
pronunciava o nome dela. Você estava com aquela
blusa que eu havia lhe dado de aniversário, e usando 
aqueles tênis all star surrados que eu amava.
O cabelo bagunçado, a barba malfeita, e seus olhos
cansados de tanto tempo acordado em frente ao computador
criando aqueles lindos poemas que um dia você dedicou a mim.
Um rosto tão conhecido, mas também desconhecido
para mim agora. Um rosto que um dia foi meu,
que um dia me pertencia, que era meu de direito.
Agora eu perdi este lugar. Mas é um lugar para o qual não volto mais.

Sinto como se tivessem roubado o meu chão. Me sinto em transe nesse meu novo mundo. Mas acho que assim foi até melhor. Agora está tudo nos eixos. Está tudo perfeito. Só falta você.

17 de ago. de 2013

Sozinha

Sabe a sensação de abandono? A sensação de estar sozinho e parecer não ter mais ninguém ali pra te apoiar? Aquela hora que você diz "Eu quero ficar sozinho" mas o que você mais quer é uma companhia? Eu juro que não entendo como as pessoas não percebem isso em mim. Parece que eu atraio o azar, ou sei lá. Eu sinto que as vezes ninguém quer ficar perto de mim. Como se eu fosse intocável.


Seus olhos azuis eram da cor do mar, e
me analisavam profundamente enquanto eu
fitava o nada. Ele me dava conforto de algum modo.
Eu me sinta segura nos seus olhos. E o seu sorriso me
trazia calma, e um pouco de esperança. Como se eu
esperasse algo a mais dele, como se eu implorasse por um
abrigo, um refúgio dentro de seu ser. Mas ele se foi...
E levou toda a minha esperança com ele.

As vezes quando eu ficava sozinha escapava um pouco da realidade. Mas de vez em quando era bom uma companhia, alguém pra conversar. Alguém pra amar, pra me acalmar, pra me fazer parar de pensar em todas as coisas fúteis desse mundo caótico. Eu só precisava disso. Em você.

14 de ago. de 2013

Dias

Passam despercebidos. Você nunca sabe quanto tempo se passou até você olhar para o calendário. Ou é o aniversário de alguém que você disse ontem que estava longe demais para acontecer. Ou é a estréia daquele filme que você tanto esperou para sair. São horas que se transformam em minutos. E minutos que se transformam em segundos. É o tempo que escorre entre seus dedos quando você mais precisa dele.

Eu estava ali esperando por uma resposta.
Esperava que ele me enviasse uma resposta
rapidamente. De preferência naquele momento.
Eu só estava adiando o inevitável: a dor.
A dor de saber que eu nunca receberia aquela
carta. Que eu nunca mais o veria de novo.
E os dias foram se passando.
Assim como as horas.
Assim como os minutos,
e os segundos.

Nada além do óbvio estava visível. Todo o tempo que eu queria que fosse eterno, passava voando por mim. Eu queria pelo menos aproveitar um pouco mais cada um deles. Eu queria que eles ficassem intactos na minha memória, de modo que eu pudesse guardá-los por inteiro, e não somente as melhores partes. Porque mesmo que o momento tenha sido pouco, mas perfeito, você sempre separa uma parte dele como a melhor parte. Eu só queria que os dias não apagassem as lembranças da minha memória. Os dias as vezes são um caos.

7 de ago. de 2013

Morte

Pra quê morrer? Qual o sentido de viver e depois acabar à sete palmos do chão? Uma pessoa normal acha isso comum, como parte da vida. Como se a vida fosse feita justamente pra isso. Nascer, viver e morrer. Qual o motivo? Qual a razão? Eu gostaria de sentir o prazer de ter uma vida nas minhas mãos; de sentir o calor da alma e o peso da vida. Que sentir o gosto da morte.

Uma vida escorria entre meus dedos.
Uma gota de sangue pingava ao chão
como se fosse uma goteira de água.
Um menino parado no canto da sala
olhava fixamente para o corpo.
Era sua mãe.
Eu não sabia o que fazer.
Eu queria ir correndo abraçá-lo, dizer
que ia ficar tudo bem e que eu a 
estava levando para um lugar melhor.
Mas era tudo mentira.
Eu mentia.
Mas mentia por uma causa maior.
Era minha vida que corria risco naquele
momento, não a dele.

Quando eu era pequena, minha vó me dizia que quando eu morresse, viraria uma estrela. Mas estrelas não são pessoas, nem almas, nem corpos voando no espaço. São pedras. Mas são pedras que brilham. Acho que eu queria ser uma pedra. Será que ela recolhe as almas quando elas voam pro céu? Ou será que elas tem uma bateria infinita pra continuar brilhando à noite em todo o lugar o mundo? Eu não sei. Mas eu queria ser a morte pra saber. Pois ela já morreu, então pode vagar pelo mundo. Você não acha?

4 de ago. de 2013

Perda

As dores começaram quando você se foi para sempre. Eu nunca imaginei que aquilo poderia acontecer. Como pode? Como pode um amor acabar de repente? Tudo à minha volta virou de cabeça pra baixo. Tudo o que eu via era um borrão na minha frente. Minha cabeça doía, e meu corpo formigava. Mas não era algo bom. Era ruim. Era a dor de ter perdido parte de mim. Era a dor de você indo embora. Pra sempre.

Meus pés tocaram o chão levemente
e de repente senti um calafrio correr
pela minha espinha. Ouvi a sua voz
sussurrando no meu ouvido mais
uma vez, só para eu poder me lembrar
como era aquele tom suave que
me deixava tonta a cada vez que seu
hálito quente se chocava com a
minha pele gélida.

Não foi nada fácil te perder. Muito mais te perder de repente para um acontecimento bobo. Uma dor que eu não suportava mais sentir. Queria morrer. Queria sumir. Queria ir junto com você. Sentia que uma grande parte de mim faltava. Me senti impotente. As pessoas ao meu redor notavam a minha diferença, e a minha palidez. Eu não me importava. Quando eu estava em transe, eu só pensava em você. E era isso que me fortalecia de algum modo.
A sua lembrança.

31 de jul. de 2013

Palavras

O que são as palavras a não ser apenas várias letras juntas e as vezes sem sentido? Por que cada uma delas tem um significado diferente? Não podiam ser elas, fáceis de compreender? Por que tem que ser tortuosas, obscuras e em alguns momentos impossíveis? Palavras deviam ser algo que nos acalmasse nos momentos difíceis. Devia ser algo que fizesse bem à nossa alma, ao nosso espírito.


De acordo com que eu lia, as palavras iam
diminuindo, o livro ia se dissipando,
no imenso infinito que era aquele mundo.
Eu queria mesmo era arrancar todas aquelas
palavras daquele maldito livro, e
jogá-las pela janela como um pedaço de papel
sem utilidade. Mas só o que eu fiz
foi arrancar todas as páginas, tentando
arrancá-las do meu pensamento, com a intenção
de fazê-las sumir ao vento. Não queria mais que
aquelas malditas palavras existissem mais.

E á cada letrinha que a menina ia juntando às demais, formavam mais uma palavra. Mais uma, para ser jogada ao vento junto às outras. Mais uma para sua decepção. Mais uma para sua alegria. Talvez seja que mais tarde, ela possa ver as palavras com outros olhos. Talvez ela possa enxergar as palavras como uma bela sintonia, como uma melodia que vai se formando. A menina era tão tola... E as palavras mais ainda...


Apenas deixe ser menina..
Deixe as palavras te envolverem no doce
aroma de suas incríveis canções.

30 de jul. de 2013

Presa

Tudo parecia desmoronar ao redor da menina. Ela se sentia como num precipício. Num buraco sem fim. As vezes imaginava ver a luz, mas nada além dela. Sentia-se como num paradoxo. Via a luz todos os dias, no mesmo horário. Quando sairia dali? Quando veria de novo a luz, o mundo e suas formas? 


Sinto-me vazia.
Será que é normal, pra uma
garota de 13 anos se sentir abandonada?
Ou será que é só preguiça de viver?
Será que isso existe?
E se existe.. por que?

São perguntas tão tolas e que podem ser respondidas tão facilmente, não? Mas para alguns são perguntas de difícil entendimento. Ou talvez seja que eu entenda errado. De qualquer modo, são apenas perguntas. Que valor elas têm?

29 de jul. de 2013

Você

Me sinto sem chão quando não está por perto. Sinto que as vezes você simplesmente me quer longe de você. Mas eu quero fazer parte da sua vida. Quero fazer parte de quem você é. Conhecer cada pedacinho seu, cada parte do seu corpo, cada curva, contar todas pintinhas que você tem. Quero mergulhar em teu ser, e ser sua.


Minha cabeça dava voltas,
a gravidade não me prendia mais no chão.
Eu estava em êxtase,
estava em estado sólido de prazer.

Cada segundo que passa, é mais um segundo sem você. Pra que ter pressa? Se tivermos pressa não teremos tempo para fazer as outras coisas que queremos também. Mas tudo o que eu quero é você. Não tem mais, não tem menos. É só você. E mais ninguém.

28 de jul. de 2013

Saudade

A menina estava meio confusa, não sabia como interpretar aquilo. Dá pra sentir mesmo estando perto? Mesmo que você veja essa pessoa todos os dias, a todo minuto... dá? Ela se perguntava enquanto a água escorria pela janela, naquele dia chuvoso.

O tempo parecia que parava
quando eu olhava bem fundo naqueles olhos.
Sua pele me chamava,
seu cheiro mexia com meus sentidos.
Eu só sentia o calor do hálito dele
tocando de leve em minha pele
que se eriçava a cada respiração que dava.
Mas era apenas um sonho.

Ela achava que pra sentir saudades, teria que se distanciar. Ou pelo menos ficar longe um do outro tempo suficiente para se ter tal sentimento. Um sentimento de recordação. Um momento marcante, para deixar uma cicatriz profunda, mas de algum modo boa. Sentir era apenas o que ela podia naquele momento. Sentir era a única coisa que ela poderia fazer até aquele ponto. Nada mais lhe seria permitido. A não ser que tudo virasse realidade. Era o que ela queria escrever. A menina que escreve sonhos, queria escrever a realidade. Coisa da qual ela não podia viver.

27 de jul. de 2013

Recomeço

Mas isso não é um modo de fugir das coisas que não queremos? Não exatamente. Mas é um modo de fazer novas coisas de um jeito diferente. Só vai ser diferente dessa vez, mas se quisermos pode ser diferente sempre.


Ele estava estatelado no chão,
como um morto.
Seu cadáver cheirava a perfume masculino,
mas seu interior cheirava a medo.

Nunca pensei em fazer essas coisas. Achei que nunca precisaria fazer mudanças na minha vida. Mudanças são coisas para gente adulta, pra gente que sabe o que faz. Eu ainda nem sei o que é o vestibular. Mas eu sei que o nosso país está mudando. Não sei se pra melhor, ou pior. Também sei que fazemos parte dessa mudança. Eu acho que essa mudança muda mais ou menos nossa perspectiva de vida. Por que nunca continua a mesma coisa? Por que tem que mudar? Só acho que poderíamos ter um vira-tempo ou uma ampulheta, na qual ela contaria nossa vida em pequenos grãos, e pudéssemos virá-la, só um pouquinho pra mudarmos só alguns segundos, ou alguns minutos, ou alguns anos da nossa vida.

São recomeços.
Eles são necessários.
Infelizmente.

26 de jul. de 2013

Adeus

O papel manchava as letras com minhas lágrimas. Pesava com a quantidade em que tais eram jorradas. As vezes eu nem precisava de todas aquelas lágrimas. As vezes era só parar e falar "foda-se". As vezes era só parar de me preocupar com coisas que me faziam inteiramente mal. E o que mais me preocupa é que não é somente eu, mas as pessoas ao meu redor também. Elas também tem algo pra se preocupar, e também se preocupam comigo. Não deviam. Simplesmente não deviam. 


Uma folha foi jogada ao chão,
encharcada com todas aquelas lágrimas
que nunca deveriam ser derramadas.
Um eterno adeus,
e um novo começo. (ou não?)

Tudo o que eu queria naquele momento era sumir. Sumir e não aparecer nunca mais. Entrar num universo paralelo diferente do qual eu subitamente vivia. Sentir verdadeiramente o vazio dentro de mim. Saber como é viver num lugar onde as pessoas não possam me decifrar, e nem tentar entrar em minha cabeça e mexer com meu psicológico.

E assim, a folha se desmanchou.
Virou nada,
nada,
exatamente como estava o meu coração.

25 de jul. de 2013

Sonhos

Era uma noite fria, e a menina ainda não havia decidido o que viria a fazer em seguida. Estava um pouco indecisa, mas nada que atrapalhasse sua escolha. Chovia, e a menina que escrevia sonhos, sentia um arrepio percorrendo sua espinha quando se lembrava daquele terrível acidente. Acho que foi ai que ela começou a parar de escrever. Foi nesse exato momento que ela parou de sonhar. Foi quando ela parou de escrever sonhos, e começou a escrever a realidade.


Soprava forte o vento nos meus cabelos
o cheiro doce pairava no ar,
minhas lembranças pairavam acima da minha cabeça,
e eu não sabia distinguir o que era cada uma delas.
Queria eu, saber então, o que era tudo aquilo;
Queria poder desvendar o mistério de mim mesma,
saber o que sinto, quais eram os meus limites.

Talvez sonhar, fosse algo muito surreal, ou muito difícil para a pequena menina. Talvez fosse, talvez não. Mas na verdade quem sabe?