28 de jul. de 2013

Saudade

A menina estava meio confusa, não sabia como interpretar aquilo. Dá pra sentir mesmo estando perto? Mesmo que você veja essa pessoa todos os dias, a todo minuto... dá? Ela se perguntava enquanto a água escorria pela janela, naquele dia chuvoso.

O tempo parecia que parava
quando eu olhava bem fundo naqueles olhos.
Sua pele me chamava,
seu cheiro mexia com meus sentidos.
Eu só sentia o calor do hálito dele
tocando de leve em minha pele
que se eriçava a cada respiração que dava.
Mas era apenas um sonho.

Ela achava que pra sentir saudades, teria que se distanciar. Ou pelo menos ficar longe um do outro tempo suficiente para se ter tal sentimento. Um sentimento de recordação. Um momento marcante, para deixar uma cicatriz profunda, mas de algum modo boa. Sentir era apenas o que ela podia naquele momento. Sentir era a única coisa que ela poderia fazer até aquele ponto. Nada mais lhe seria permitido. A não ser que tudo virasse realidade. Era o que ela queria escrever. A menina que escreve sonhos, queria escrever a realidade. Coisa da qual ela não podia viver.

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