30 de set. de 2013

Fantasia

Sabe quando você sente que a cada palavra que te dizem parece fazer parte de você, de quem você é? Que a cada letra que se juntava uma a outra formaria uma palavra que te definiria. Sentisse que a cada instante, a cada segundo que você refletia sobre aquele conjunto de palavras, se sentia cada vez mais confortável. É algo surreal como as palavras podem ser fortes, e como os sentimentos podem ser poderosos. Cada minuto, cada segundo é mais um tempo para se perder em devaneios ao ler e reler cada uma dessas palavras, e viajar no imenso mundo em que elas existem.

Seus lábios, seus olhos, seu nariz, sua bochecha,
seu tocar, seu olhar, sua respiração, suas fantasias,
minhas fantasias, nossos corações. Tudo fazia parte
de uma só orquestra. Uma sintonia. Um ser. Uma declaração.
Você parecia como um anjo enviado para me dizer
coisas que eu nunca imaginei que seriam possíveis
ser ditas à alguém. E esse alguém era justamente eu.
Sem pestanejar você jorrou todas elas em cima de mim,
me fazendo sentir a cada momento especial,
mesmo que de uma forma diferente que você queria
que eu sentisse. Mas de qualquer modo senti, amor.
Eu senti as suas palavras. E elas me tocaram o coração.
Não só o coração, mas a alma.

Não é fácil querer ter algo, e não poder ter. Com as palavras, você deseja, mas não se tem. Se deseja tanto, que parece até realidade. Mas nada do que uma boa fantasia, um bom sonho, ou até, um bom pensamento para acalmar esses pensamentos. Pode ser bom ou ruim. De um certo ângulo, gosto de pensar nas coisas boas. Mas do que adianta? Eu só escrevo sonhos. Não a realidade.

28 de set. de 2013

Transe

Nada poderia explicar o que eu sentira naquele momento. Era como se meu chão fosse arrancado. Eu estava em estado de transe total. Parecia tudo tão familiar, tão certo, tão respectivamente nos seus devidos lugares. Me pareceu confortável. Parecia programado. Era como se eu olhasse para dentro de mim. Para o meu interior e visse como era tudo tão acentuado. Era algo surreal. Inexplicável.

Mesmo com toda aquela bagunça acontecendo,
você chegou perto de mim e perguntou se estava
tudo bem. Como não estaria com você ali do meu lado?
Como nada se encaixaria se você não estivesse ali?
Era uma questão de lógica apenas. Você. Ali. Comigo.
Não tinha nem o que pensar. Era somente aquele
momento que eu posso chamar de NOSSO. Era o 
nosso momento. Ninguém poderia tirar de nós.
Um sorriso era apenas o que eu precisava de você,
e suas doces palavras: "Que bom".

Um momento que não define o que sentimos. Sabe aquela hora que as borboletas, os pássaros e todos os bichinhos que voam começam a se agitar na sua barriga? Era aquilo o que eu sentia. E era bom. Era por você. Por isso me sentia tão bem, tão confortável. É por que era um momento em que te envolvia. Um momento no qual você não participava. Mas estava presente. Não tente entender. Apenas sinta.

13 de set. de 2013

Nostalgia

Aquele sentimento quando você ouve uma música calma. Ou quando você deita na cama, e antes de dormir organiza seus pensamentos. A vontade de estar perto de alguém mas não poder. O desejo de ter algo mas ser impossível. Todas as pequenas coisas que causam um frio na barriga e arrepio na espinha.

O frio não passava de jeito nenhum.
Nem mesmo enrolada naquele cobertor grosso e
cheio de retalhos. Meus lábios estavam congelados, e os
seus pareciam tão quentes e chamativos. Eu gostaria mesmo
de prová-los, de descobrir o gosto, a textura, a temperatura.
As minhas mãos tremiam freneticamente e o meu corpo todo
se enrijecia de acordo com que o tempo mudava.
Eu me sentia cada vez mais longe de você. Eu queria
ser sua para poder te tocar, te beijar e te ter só pra mim.
Mas a única coisa que eu poderia fazer era sorrir.
E não era um sorriso verdadeiro, nem um falso. Mas era 
aquele sorriso de tristeza, mas com uma ponta de felicidade.
Feliz por ter você tão perto de mim, mas não tão perto a ponto
de te tocar como te tocava antes. E você sempre com seus movimentos
rápidos e imprevisíveis, se levantou e veio rapidamente parar
do meu lado. Me deu um beijo na testa, outro no olho, outro no nariz,
e por fim, um nos lábios. Aqueles lábios, que eu tanto desejei,
que eu tanto quis. Eram os meus lábios há tanto tempo atrás.
Eram meus...

Os calafrios aparecem sempre quando você fica ansioso, ou quando fica esperançoso, ou quando tem algo errado e você sente. É sempre nostálgico sentir essas pequenas coisas. É sempre bom ter algo pra se ocupar. Mesmo que não ocupe o pensamento, mas ocupe o corpo, os sentidos. Que ocupe cada pequena parte do seu corpo. Que possua. Que sinta. Toque. Revire. E bagunce.

12 de set. de 2013

Passado

O passado é só uma falha no sistema. É algo no qual as vezes não queremos lembrar. É um sentimento no qual os nossos subconscientes apagam temporariamente. Uma súbita lembrança de algo bom e acolhedor. Ou simplesmente de algo ruim e desesperador. E se não fossem lembranças reais? E se fossem modificadas? Nada é o que parece ser quando se trata da nossa mente.
A sala se parecia mais como um salão todo branco,
e bem no canto, no meio de todo esse branco havia um livro.
Mas não era um livro qualquer. Era um livro de recordações
com imagens de acontecimentos da minha vida que eu já
havia esquecido faz tempos. Haviam tantos momentos,
tantas lembranças boas, e também tantas ruins.
O branco começava a ficar negro, e as lembranças 
começavam a fluir para fora do livro. E de repente,
vários livros foram abertos, e várias lembranças foram
jorradas para fora deles. Do meu rosto, lágrimas corriam
desesperadamente, procurando um luga no qual se abrigar,
procurando saber para onde correr, procurando saber
onde se esconder de tantas lembranças.

Em qualquer hora do nosso dia, as lembranças vêm. Os momentos são variados. Mudam de humor, mudam de lugar, mudam de estação, mudam de hora, mudam de pessoas. As lembranças, os momentos, eles simplesmente mudam. Tudo muda. Tudo passa. Mas um dia, volta.

3 de set. de 2013

Silêncio

Não há palavras no momento para descrever sobre o ocorrido. Não se tem nada à dizer quando você fica sem reação. Eu queria mesmo era ter algo à dizer. Eu queria mesmo, era ter algo pra debater. Queria ter o que falar. Mas o silêncio tomou conta mais rápido. Era como um vendaval, vindo sorrateiramente pra cima de nós.

Você se aproximou tão rápido, que por um momento
nossos rostos ficaram muito perto um do outro, e o
nervosismo subia por todo o meu corpo. Seus olhos se
fixaram aos meus, e eu o fitei profundamente, tentando
ler o que estava escrito neles. Tentei decifrar não apenas
o seu olhar, mas também o seu ser. E suas mãos foram
automaticamente para trás de minha cabeça, me acariciando,
e me deixando cada vez mais insana. 

Eu apenas queria que fosse diferente. Queria que fossemos só nós dois. Mais ninguém. Somente nossos corpos, nossos olhos, nós. Queria te ter só pra mim naquele momento. Tudo o que tinha sido dito já havia se dissipado. Nada mais restava. Somente o silêncio. Mas era um silêncio recíproco. Era aquilo, e mais nada.

1 de set. de 2013

Destino

Eu pensava que nada disso fosse realmente verdade. Eu nunca acreditei muito em signos, mensagem do dia, cartomante, vidente nem nada. Mas eu acabei mudando de ideia. E o meu motivo foi bem óbvio: VOCÊ.


O livro parecia interminável, e suas páginas se encaixavam
perfeitamente uma nas outras. Ele apenas me observava
quieto em seu canto. Eu estava folheando outro de seus livros,
outra de suas maravilhas. Estava deixando de lado todo o
tempo que eu poderia ter usado para fazer algo de útil.
Eu gastei meu tempo com ele. Com aquele livro. Com aquele
ser. Com aquela pessoa. Com você. E aí então, você se levantou
e saiu do seu canto, e veio ao meu encontro, e me deu um beijo.

Nunca pensei muito em como seria se eu seguisse a cada passo do horóscopo. Ou se eu acreditasse em cada palavra que ele dissesse. Parece que você sempre tem um novo amor, sempre há brigas e intrigas na sua família. E sempre terá novas viagens e algo mais. E se você fosse pobre? E se você não tivesse amor nenhum no coração? São questões que acabam ficando fora de cogitação. Mas que de qualquer modo, mexe com qualquer um.