7 de ago. de 2013

Morte

Pra quê morrer? Qual o sentido de viver e depois acabar à sete palmos do chão? Uma pessoa normal acha isso comum, como parte da vida. Como se a vida fosse feita justamente pra isso. Nascer, viver e morrer. Qual o motivo? Qual a razão? Eu gostaria de sentir o prazer de ter uma vida nas minhas mãos; de sentir o calor da alma e o peso da vida. Que sentir o gosto da morte.

Uma vida escorria entre meus dedos.
Uma gota de sangue pingava ao chão
como se fosse uma goteira de água.
Um menino parado no canto da sala
olhava fixamente para o corpo.
Era sua mãe.
Eu não sabia o que fazer.
Eu queria ir correndo abraçá-lo, dizer
que ia ficar tudo bem e que eu a 
estava levando para um lugar melhor.
Mas era tudo mentira.
Eu mentia.
Mas mentia por uma causa maior.
Era minha vida que corria risco naquele
momento, não a dele.

Quando eu era pequena, minha vó me dizia que quando eu morresse, viraria uma estrela. Mas estrelas não são pessoas, nem almas, nem corpos voando no espaço. São pedras. Mas são pedras que brilham. Acho que eu queria ser uma pedra. Será que ela recolhe as almas quando elas voam pro céu? Ou será que elas tem uma bateria infinita pra continuar brilhando à noite em todo o lugar o mundo? Eu não sei. Mas eu queria ser a morte pra saber. Pois ela já morreu, então pode vagar pelo mundo. Você não acha?

2 comentários:

  1. Muito show,legal mesmo!!!
    Continue a escrever sempre,pois vc tem talento,e digo mais virei um leitor fiel!!!

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