31 de jul. de 2013

Palavras

O que são as palavras a não ser apenas várias letras juntas e as vezes sem sentido? Por que cada uma delas tem um significado diferente? Não podiam ser elas, fáceis de compreender? Por que tem que ser tortuosas, obscuras e em alguns momentos impossíveis? Palavras deviam ser algo que nos acalmasse nos momentos difíceis. Devia ser algo que fizesse bem à nossa alma, ao nosso espírito.


De acordo com que eu lia, as palavras iam
diminuindo, o livro ia se dissipando,
no imenso infinito que era aquele mundo.
Eu queria mesmo era arrancar todas aquelas
palavras daquele maldito livro, e
jogá-las pela janela como um pedaço de papel
sem utilidade. Mas só o que eu fiz
foi arrancar todas as páginas, tentando
arrancá-las do meu pensamento, com a intenção
de fazê-las sumir ao vento. Não queria mais que
aquelas malditas palavras existissem mais.

E á cada letrinha que a menina ia juntando às demais, formavam mais uma palavra. Mais uma, para ser jogada ao vento junto às outras. Mais uma para sua decepção. Mais uma para sua alegria. Talvez seja que mais tarde, ela possa ver as palavras com outros olhos. Talvez ela possa enxergar as palavras como uma bela sintonia, como uma melodia que vai se formando. A menina era tão tola... E as palavras mais ainda...


Apenas deixe ser menina..
Deixe as palavras te envolverem no doce
aroma de suas incríveis canções.

30 de jul. de 2013

Presa

Tudo parecia desmoronar ao redor da menina. Ela se sentia como num precipício. Num buraco sem fim. As vezes imaginava ver a luz, mas nada além dela. Sentia-se como num paradoxo. Via a luz todos os dias, no mesmo horário. Quando sairia dali? Quando veria de novo a luz, o mundo e suas formas? 


Sinto-me vazia.
Será que é normal, pra uma
garota de 13 anos se sentir abandonada?
Ou será que é só preguiça de viver?
Será que isso existe?
E se existe.. por que?

São perguntas tão tolas e que podem ser respondidas tão facilmente, não? Mas para alguns são perguntas de difícil entendimento. Ou talvez seja que eu entenda errado. De qualquer modo, são apenas perguntas. Que valor elas têm?

29 de jul. de 2013

Você

Me sinto sem chão quando não está por perto. Sinto que as vezes você simplesmente me quer longe de você. Mas eu quero fazer parte da sua vida. Quero fazer parte de quem você é. Conhecer cada pedacinho seu, cada parte do seu corpo, cada curva, contar todas pintinhas que você tem. Quero mergulhar em teu ser, e ser sua.


Minha cabeça dava voltas,
a gravidade não me prendia mais no chão.
Eu estava em êxtase,
estava em estado sólido de prazer.

Cada segundo que passa, é mais um segundo sem você. Pra que ter pressa? Se tivermos pressa não teremos tempo para fazer as outras coisas que queremos também. Mas tudo o que eu quero é você. Não tem mais, não tem menos. É só você. E mais ninguém.

28 de jul. de 2013

Saudade

A menina estava meio confusa, não sabia como interpretar aquilo. Dá pra sentir mesmo estando perto? Mesmo que você veja essa pessoa todos os dias, a todo minuto... dá? Ela se perguntava enquanto a água escorria pela janela, naquele dia chuvoso.

O tempo parecia que parava
quando eu olhava bem fundo naqueles olhos.
Sua pele me chamava,
seu cheiro mexia com meus sentidos.
Eu só sentia o calor do hálito dele
tocando de leve em minha pele
que se eriçava a cada respiração que dava.
Mas era apenas um sonho.

Ela achava que pra sentir saudades, teria que se distanciar. Ou pelo menos ficar longe um do outro tempo suficiente para se ter tal sentimento. Um sentimento de recordação. Um momento marcante, para deixar uma cicatriz profunda, mas de algum modo boa. Sentir era apenas o que ela podia naquele momento. Sentir era a única coisa que ela poderia fazer até aquele ponto. Nada mais lhe seria permitido. A não ser que tudo virasse realidade. Era o que ela queria escrever. A menina que escreve sonhos, queria escrever a realidade. Coisa da qual ela não podia viver.

27 de jul. de 2013

Recomeço

Mas isso não é um modo de fugir das coisas que não queremos? Não exatamente. Mas é um modo de fazer novas coisas de um jeito diferente. Só vai ser diferente dessa vez, mas se quisermos pode ser diferente sempre.


Ele estava estatelado no chão,
como um morto.
Seu cadáver cheirava a perfume masculino,
mas seu interior cheirava a medo.

Nunca pensei em fazer essas coisas. Achei que nunca precisaria fazer mudanças na minha vida. Mudanças são coisas para gente adulta, pra gente que sabe o que faz. Eu ainda nem sei o que é o vestibular. Mas eu sei que o nosso país está mudando. Não sei se pra melhor, ou pior. Também sei que fazemos parte dessa mudança. Eu acho que essa mudança muda mais ou menos nossa perspectiva de vida. Por que nunca continua a mesma coisa? Por que tem que mudar? Só acho que poderíamos ter um vira-tempo ou uma ampulheta, na qual ela contaria nossa vida em pequenos grãos, e pudéssemos virá-la, só um pouquinho pra mudarmos só alguns segundos, ou alguns minutos, ou alguns anos da nossa vida.

São recomeços.
Eles são necessários.
Infelizmente.

26 de jul. de 2013

Adeus

O papel manchava as letras com minhas lágrimas. Pesava com a quantidade em que tais eram jorradas. As vezes eu nem precisava de todas aquelas lágrimas. As vezes era só parar e falar "foda-se". As vezes era só parar de me preocupar com coisas que me faziam inteiramente mal. E o que mais me preocupa é que não é somente eu, mas as pessoas ao meu redor também. Elas também tem algo pra se preocupar, e também se preocupam comigo. Não deviam. Simplesmente não deviam. 


Uma folha foi jogada ao chão,
encharcada com todas aquelas lágrimas
que nunca deveriam ser derramadas.
Um eterno adeus,
e um novo começo. (ou não?)

Tudo o que eu queria naquele momento era sumir. Sumir e não aparecer nunca mais. Entrar num universo paralelo diferente do qual eu subitamente vivia. Sentir verdadeiramente o vazio dentro de mim. Saber como é viver num lugar onde as pessoas não possam me decifrar, e nem tentar entrar em minha cabeça e mexer com meu psicológico.

E assim, a folha se desmanchou.
Virou nada,
nada,
exatamente como estava o meu coração.

25 de jul. de 2013

Sonhos

Era uma noite fria, e a menina ainda não havia decidido o que viria a fazer em seguida. Estava um pouco indecisa, mas nada que atrapalhasse sua escolha. Chovia, e a menina que escrevia sonhos, sentia um arrepio percorrendo sua espinha quando se lembrava daquele terrível acidente. Acho que foi ai que ela começou a parar de escrever. Foi nesse exato momento que ela parou de sonhar. Foi quando ela parou de escrever sonhos, e começou a escrever a realidade.


Soprava forte o vento nos meus cabelos
o cheiro doce pairava no ar,
minhas lembranças pairavam acima da minha cabeça,
e eu não sabia distinguir o que era cada uma delas.
Queria eu, saber então, o que era tudo aquilo;
Queria poder desvendar o mistério de mim mesma,
saber o que sinto, quais eram os meus limites.

Talvez sonhar, fosse algo muito surreal, ou muito difícil para a pequena menina. Talvez fosse, talvez não. Mas na verdade quem sabe?